domingo, 19 de dezembro de 2010

'Vamos tentar enganar os telómeros para pensarem que ainda são novos'

Miguel Godinho Ferreira, investigador do Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), venceu o Prémio Simbiontes pelo seu trabalho de investigação na área da oncobiologia.
O cientista diz que o maior factor de risco do cancro é a idade, pois 80% dos cancros aparecem em pessoas com mais de 50 anos.
Os resultados obtidos na área da Biologia do Cancro, poderão contribuir de forma significativa para a compreensão e combate deste problema. A descoberta explica que “na ponta dos nossos cromossomas existem umas estruturas protectoras, os telómeros, que se vão desgastando à medida que envelhecemos e que constituem um relógio molecular que indica a idade das nossas células, tal como acontece com o plástico protector na extremidade dos atacadores”, refere o investigador como analogia.
Sendo assim, quanto mais velhos formos, menos protegidos estamos e, por isso, mais susceptíveis a ter cancro.
O próximo passo é “compreender os sinais que as células jovens apresentam e que as distinguem das envelhecidas para, no futuro, poder travar o aparecimento do cancro” e, finalmente, para que seja possível  “manipular a enzima para que as células de organismos mais velhos ‘pensem’ que são novas e induzir a protecção dos telómeros, de forma controlada e não continuada”.

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